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CORDURA

 

Uma visão objetiva, a construção fotográfica imaginária de Cláudio Damasceno se demonstra na perspectiva de montagens de ladrilhos hidráulicos dentro de sua imaginação matrix do que conceberia o designer Aloísio Magalhães ao inventar os seus cartemas de 1971, mosaico permutável a partir de um único cartão-matriz gerador, reduzido e reproduzido múltiplo/diminuto em um só cartão de tamanho normal.

 

As lâminas serigráficas (24 x 34 cm) aqui expostas exercem uma signagem postal, para composição, azulejos e/ou ladrilhos numa simbiose geométrico/figurativa. Os essencialmente geométricos se situam como poemas visuais construtivos, que nos remetem às concreções de Sacilotto, de 1952.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Uma outra vertente, gestaltica, expressam quase-figurações e/ou quase-paisagens de uma certa viagem  lírico-nostálgica moderna (essa mostra  resulta  do  experimento  realizado  a  partir  de  colagens  com  tampas  de  caixa  de  camisetas,  posteriormente digitalizadas e alteradas”,  afirmaria  o autor,  o  resultado  final  “de  um  processo de montagem: colagem, bricolagem, cartemagem”, como se referiria, Antônio Houaiss, em apresentação aos cartemas de Aloísio Magalhães.

 

Nessa perspectiva, o artista múltiplo, designer, pintor, escultor, músico, enfim, define em Cordura: “a cordialidade do ser e a dureza da cor”, ou seja, a cordialidade da cor, usando as três cores matrizes básicas numa perspectiva de uma educação do olhar, do ver geracional as possibilidades sensoriais de mistura e fruição estética de versões a serem operadas pelo leitor da obra matriz/em/processo. Sem mistificações Cláudio Damasceno opera um passado também concreto, entre o telúrico e o espaço industrial; o porto e a metrópolis; o velho e o novo. Velho redivivo.

 

Jota Medeiros

 

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